quinta-feira, 15 de novembro de 2012

NOVO LIVRO DE JOSÉ LUÍS PEIXOTO


















































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6 Comments:

At 16 de dezembro de 2012 às 19:12, Anonymous Carlos Silva said...

Há mais de um mês que este post aqui está e nem um comentário! Cultura não é com vocês.
Se fosse marrar no Pinto...

 
At 20 de dezembro de 2012 às 08:36, Anonymous Anónimo said...

Cultura não é só José Luis Peixoto. O autor do blogue também não está muito virado para a cultura!

 
At 22 de dezembro de 2012 às 17:49, Anonymous Anónimo said...

Vou confessar um pecado quase capital: sempre que posso vejo um episódio da telenovela Gabriela.

Não por algum acesso de saudosismo ou para sentir que tenho de novo 17 anos. Não para fazer de “velho dos marretas” e dizer… ah a velha versão com a Sónia Braga e o magnífico Paulo Gracindo era incomparavelmente melhor”.

Faço-o porque o fascínio provocado pelos personagens se mantém, essencialmente pela actualidade dos arquétipos construídos, sendo o mérito do baiano que escreveu o romance naquele seu jeito açucarado de fingir que engana a crueza do quotidiano.

São personagens de todos os tempos, nas suas ambições, nos seus tiques autoritários, nas suas paixões, nas suas solidariedades de classe, nas ambições desmedidas, na honestidade, na frontalidade, no fingimento, na dissimulação.

Andando pelas ruas de hoje não reconhecemos a figura do coronel Ramiro Bastos, com a certeza de que tem os votos na mão e o apoio de coronéis a quem a falta de inteligência é compensada pela subserviência e disponibilidade para servir?

Não reconhecemos a beata (com ou sem religião) que a vida secou e que pretende ser a guardiã da moral e bons costumes?

Quem é que nunca se cruzou com o coronel Altino Brandão que, sentindo o vento a mudar, se passa para o lado da modernidade representada por Mundinho Falcão sem no entanto sair da órbita do velho dono da cidade?

Quantas Malvinas cheias de independência e livre pensamento não cruzam as ruas da Ilhéus de hoje e quantas Gerusas não escondem as suas paixões na busca da aceitação social e familiar a todo o custo?

E os trabalhadores das plantações de cacau? Não são os mesmos que fazem hoje turnos de doze horas e arriscam o despedimento por “dá cá aquela palha”?

Não me digam que nunca repararam no professor Josué, mal pago e desconsiderado, a concorrer todos os anos e a ficar desempregado porque o coronel Nuno Crato diz que há professores a mais quando na realidade o que há é escola a menos?

Tantos personagens que continuam a existir na Ilhéus de hoje, mudando apenas as formas de comunicação ou a qualidade da brilhantina que colocam no cabelo.

E os negociantes da cidade não têm hoje as mesmas características da Ilhéus de Jorge Amado?

Será diferente o pragmatismo do turco Nacib ou da Maria Machadão, do pragmatismo dos actuais “empreendedores”?

Não conhecemos todos personagens como as trabalhadoras do Bataclan, com as suas lições de filosofia, a sua solidariedade e consciência de classe, de longe as menos hipócritas de todas?

Pois é… Ilhéus pode ser a cidade que quisermos e certamente será também a nossa.
É uma questão de estarmos atentos que logo tropeçaremos no Tonico Bastos, na Olga, na Sinhazinha, no Osmundo… já encontrar a Gabriela é mais complicado, porque a liberdade é muito mais rara e não está ao alcance de qualquer míope.

 
At 27 de dezembro de 2012 às 17:02, Anonymous Anónimo said...

«Pois é… Ilhéus pode ser a cidade que quisermos e certamente será também a nossa.»
Está tudo dito?

 
At 7 de janeiro de 2013 às 16:46, Anonymous PESSOA Fernando said...

PORTUGAL
CULTURA
Em Portugal, há vários eruditos, muita gente inteligente, mas pouca gente culta.
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«O erudito lê e fica sabendo. O homem culto quanto mais lê de menos fica certo.»

Entre os vários preconceitos que formam a única bagagem literária com que os nossos “críticos” vão de viagem para Santarém (um conhecido provérbio ali os espera), o mais singular e inexplicável é aquele que consiste em confundir cultura com erudição. É frequente apanhar os nossos pensadores de jornal em flagrante delito de afirmações como esta — que tal criatura é culta porque tem lido muito, porque sabe muito, porque compulsou, assimilando, uma grande paginaria de livros.
Ao contrário dos preconceitos da plebe legítima, que muitas vezes têm uma haste de observação, os dogmas da plebe intelectual são falsos em todo o seu comprimento. Este, que acabo de citar, é um dos mais falsos. Porque não só erudição e cultura não são a mesma coisa, como, até, são coisas opostas. Não vão julgar, decerto, que a minha explicação vai ser que é erudito quem leu sem combinar o que leu, e culto quem lê aproveitando. Eu nunca dou explicações que se possam prever; se assim fosse, valer-me-ia a pena dá-las?
A diferença entre culto e erudito é que, quem é erudito torna-se erudito, e quem é culto nasce culto. Nascitur, non fit é verdade do homem culto como do poeta. Porque a cultura, mais do que uma mobilição do espírito, é uma atitude dele. E essa atitude, quando se não nasce com ela, é escusado tentar adquiri-la. No seu ensaio sobre Shakespeare, o crítico inglês Walter Bagehot encontra no poeta uma faculdade proeminente, a que, de acordo com a tendência inglesa para [...], define a faculdade de experienciar. Desculpe-se a tradução que faço; outro termo, já feito, não conviria. Shakespeare, opina Bagehot, tinha a faculdade primacial de tirar de tudo quanto via ou lia, de tudo a quanto assistia, elementos de originalização; a isso chama Bagehot a faculdade de experienciar. Em contraste, ele aduz Guizot e Macaulay, os quais, leitores assíduos, políticos assíduos, não colheram, porém, da sua experiência das duas vidas outro ensinamento do que ensinamento nenhum.
Sou eu, porém, e não Bagehot — não vá a malevolência do leitor sorrir que eu adapto e traduzo o que vou teorizando — que faço a distinção entre culto e erudito. Homem culto é aquele que, de tudo a que assiste aumenta, não os seus conhecimentos, mas o seu estado de alma. O erudito lê e fica sabendo; quanto mais lê, mais fica sabendo. O homem culto, em geral, quanto mais lê de menos fica certo. A segurança e a confiança são atributos finais da erudição — como o cepticismo e a hesitação apanágio extremo da cultura. Uma erudição de lombada, como dizem os parvos, serve de mais a um culto, que uma leitura de miolo a um erudito. Um título pode fazer colher mais de toda a obra — dado que a alma nasça ceifeira — do que a leitura de toda ela. Nós não temos homens cultos; temos eruditos apenas. Ou, antes, os homens cultos que temos são homens de génio, o que é de mais para um povo tão pequeno.
Julgarão talvez que confundo culto com inteligente. Seria um erro julgar tal coisa. Eu nunca confundo nada. O homem inteligente é o que com facilidade tira conclusões do que lê ouve; o homem culto é o que, naturalmente, sente e não tira conclusões, ou as tira, conforme calha ao seu feitio do momento.
Vem tudo a propósito de chegar a dizer qual é a tragédia de Portugal. É a de que, tendo vários eruditos, e muita gente inteligente, pouquíssima gente temos que seja culta. Vejam quanta criatura, quando lhe apresentam qualquer coisa de novo, procura compreender. Um homem culto procura sentir. Perceber envolve um esforço. Sentir envolve uma passividade deliciosa. O feitio enérgico, violento, pouco indolente do português leva-o para a acção precipitadamente. A ciência da inacção, a mais civilizada das ciências, pouco está desenvolvida entre nós. A nossa tendência para agir ficou-nos, como uma maldição, da aventura das descobertas. Expiamos a glória dos nossos maiores na doentia preocupação do útil.

 
At 16 de janeiro de 2013 às 06:47, Blogger ali khan said...

eu sou muito bom ver o seu blog e acho que é muito útil e muito informativo, eu estou indo para compartilhar isso no meu fb com meus amigos, esperança que você vai mantê-lo, tudo sobre o estudo e os alunos http://study.result.pk

 

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